Até a década de 70, o termo Superdotação era utilizado para identificar indivíduos com escores de quociente de inteligência (QI) acima de 135. Com o passar dos anos, outros pontos foram considerados para uma pessoa ser descrita como superdotada e com Altas Habilidades.

A Teoria dos Três Anéis de Renzulli propõe três traços de comportamento:

• Habilidade acima da média, em alguma área do conhecimento, em relação aos pares da mesma idade e origem social e cultural;
• Comprometimento: motivação empregada ao desenvolver uma tarefa, foco ou concentração na atividade, com perseverança e paciência;
• Criatividade: pensamentos originais, criativos, flexíveis.

Isto posto, as definições de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) compreendem uma série de habilidades, que se apresentam de maneira notável e permanente no indivíduo, devido níveis acima da média, em comparação com pessoas da mesma idade e que podem se manifestar de maneira isolada (quando somente um tipo de habilidade se encontra acima da média) ou combinada (quando mais de uma habilidade atende a essa condição).

Geralmente, as crianças com esse perfil aprendem e compreendem conteúdos muito rapidamente; possuem vocabulário avançado para a idade; resolvem problemas de maneiras incomuns, entre outras características.

Estima-se que 2% da população mundial tem Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD). No Brasil, de acordo com o Censo Escolar de 2022, 26.815 (cerca de 0,08%) estudantes possuem esse perfil. No entanto, há muitas pessoas que ainda não foram identificadas e não são atendidas adequadamente.

É importante ressaltar que não se trata de um diagnóstico e sim de características que a pessoa possui, que quando identificadas, podem evitar dificuldades sociais e emocionais, além de desinteresse pela escola.

Assim como todas as crianças, as que possuem altas habilidades precisam de estímulos e de compreensão. Fornecer apoio adequado dentro do ambiente escolar é essencial para se desenvolverem integralmente.

A Avaliação Neuropsicológica permite a identificação dessas características, além do QI, e pode sugerir mudanças, como por exemplo, pular um ano escolar e o acompanhamento psicológico, que podem trazer impactos positivos para o desenvolvimento da criança.

Referência: Passos, Carolina Sertã, Valle-Ribeiro, Natália do, & Barbosa, Altemir José Gonçalves. (2014). Identificação de talentos: uma análise exploratória do modelo dos três anéis e do modelo das portas giratórias. Psicologia em Pesquisa, 8(2), 170-178. https://doi.org/10.5327/Z1982-1247201400020006